Acordei pensando no Veríssimo, o filho, não o pai. Quer dizer, ele deve ser pai e até avô, mas digo, o Luis não o Érico, com mil perdões, mas os outros não me importam.
Estive no festival de escritores de Sydney no final de semana passado e eles fizeram um painel para você dizer qual o livro que tinha mudado sua vida. Eu fiquei pensando e pensando… mas são tantos livros na minha que não sei dizer, fiquei entre As Aventuras de Xisto, o meu primeiro amor, e o Senhor dos Anéis. Mas queria mesmo é ter uma resposta do tipo “a essência essencial do ser e as profundezas da alma”. A verdade é que não tenho. Hoje de manhã percebi que tem um conto do Veríssimo, o Luis Fernando, que me marcou mais que os outros. O conto em que ele tenta vender a alma ao diabo para poder abrir aquela capinha de plástico do CD. O que no momento já se tornou irrelevante, se o Diabo aceitou a barganha saiu ganhando. Se bem que essa habilidade ainda deve servir para abrir embalagem de chicletes, então não é totalmente inútil.
Hoje de manhã pensei no Veríssimo, e aí, no Diabo. O que eu queria mesmo, pela minha alma, é um monte de Avaliações cinco estrelas, nos meus livros na Amazon.
O diabo do Veríssimo (digo, o diabo criado pelo Veríssimo) iria ficar tão indignado quanto com ele, mas você pode ter tudo que o dinheiro pode comprar! Eu explicaria:
— Eu sei, mas o que o dinheiro não compra, são as avaliações, independentes, na Amazon.
A p@rr4 da Amazon deleta todas as avaliações dos meus parentes e conhecidos, e como o livro fica com poucas avaliações, pessoas que eu não conheço não são incentivadas a fazer avaliações… e vira uma bola de neve.
Acordei pensando em como resolver o problema e só achei uma solução:
— Lucifer!