Gêmeas de Alma Viva

É possível a gente psicografar texto de alma viva?
Sabe, igual o Xico Xavier fazia com espírito?
Hoje me deparei com esse conto que eu escrevi, e me fala se não é Verissimiano demais da conta?

Medicina Sem Milagres

Eu vivo escrevendo sobre o Veríssimo, o Luis Fernando, que é um dos meus Mestres.

Também fiquei pensando que eu tenho múltiplas-múltiplas-personalidades, e uma das coisas que as divide é a língua. Quem eu sou escrevendo em inglês e em português é completamente diferente. Quem lê as duas línguas deve achar que tem irmãs gêmeas, igual em novela Brasileira, não podem ser a mesma pessoa.

A gêmea australiana hoje amou ler o texto da que a gêmea brasileira escreveu em 2017.

Austrália Porque?

Precisava ser do outro lado do mundo, jura? Minha família e meus amigos acham difícil de entender porque mas depois que eu explicar o processo fica mais fácil de entender.

Depois que eu cheguei à conclusão que eu precisava de uma boa qualidade de vida para me sentir inspirada para escrever (veja o texto chamado “quando comecei a escrever?”) eu comecei a procurar maneiras de fazer exatamente isso.

Eu sei que muitas pessoas se sente inspiradas e até energizadas para escrever quando deprimidas. Eu sabia naquela época, como sei agora, que não importa como você se sente você pode escrever. Lamentavelmente, eu não consigo, eu sou péssima com tristeza com tragédias e infelicidade. Eu prefiro investir minha energia e trabalhar duro em mudar minha condição, fazer a vida melhor para mim e aí escrever. Quando estou me sentindo energizada e inspirada, ai sim posso colher o resultado do meu trabalho.

É claro que sou privilegiada e tive muitos benefícios na vida o que fazem que o pior que já aconteceu comigo ser de baixo nível dramático para muita gente.

Quando estava no Brasil, consegui um trabalho melhor do que meu primeiro emprego, mas mesmo assim este se mostrou quase que uma cópia do outro que era bem ruim. Eu trabalhava há 70 km de casa e revezava dirigir com um colega de trabalho que vivia na mesma cidade, Campinas. Esse moço se tornou um grande amigo e meu leitor mais ávido e eterno suporte em minha escrita. A gente conversava as várias horas de viagem sobre meus textos e personagens, minhas idéias e os pedaços escritos aqui e ali. Ele foi instrumental em me fazer chegar à conclusão de que meu caminho era a escrita. Nós ainda somos amigos nos conectando de vez em quando tecnologicamente para trocar notícias das nossas vidas e nossas inspirações e aspirações artísticas.

O emprego era horrível, o chefe era um troglodita, trabalhávamos muitas horas extras e a viagem era perigosa e muito cansativa, além de que, a empresa ficava numa cidade vizinha com duas fábricas fedorentas.

Se me dissessem que eu tenho que definir qual é o meu elemento, eu diria que é a água. Esse elemento sempre aparece nos meus sonhos em todas as suas formas, várias vezes a água influenciou minha vida.

Quando tinha dois anos de idade eu me lembro de cair num riachinho e ser carregada pela água por alguns segundos. Na minha memória o riacho era um rio volumoso que me arrastou por muitos metros mas como meus pais mal se lembram desse episódio eu diria que a criancinha dentro de mim exagera um bocado a proporção do evento.

Eu cresci passando a maior parte das minhas férias no rancho do meu avô que ficava à beira da represa de Rifaina, uma das represas do Rio Grande em São Paulo, divisa com Minas-Gerais. Além disso, meus pais sempre nos levavam para a praia, mesmo que morássemos em Campinas, há mais ou menos quatro horas de distância do mar.

Eu sinto imensa fascinação pelo oceano e passei muitas horas de minhas férias pensando como eu poderia morar perto do mar.

Eu costumava listar todas as cidades da costa brasileira mentalmente e imaginar se havia uma maneira de conseguir morar e trabalhar em uma delas. Lembrando ao leitor que isso era bem antes de 2003 e portanto não existia google e pouquíssimos websites para se procurar emprego ao redor do Brasil.

A única opção economicamente viável era o Rio de Janeiro, mas nunca quiz morar lá por causa da violência. Eu considerei Fortaleza, CE e Florianópolis, SC mas achei que a probabilidade de conseguir bons empregos nessas cidades era pequena.

No dia anterior ao meu casamento sofremos uma enchente, não muito grande. Morávamos numa chácara dos meus pais pelo fundo da qual o Rio Anhumas passa. Seis anos depois uma outra e maior enchente aconteceu e dessa vez, dois metros de água entraram na casa e meu marido (na época) teve que ser resgatado do teto, por um homem bêbado mas forte que realizou o feito com um barco de alumínio, guiado por uma corda que nós segurávamos da rua, que estava num nível elevado em relação à casa.

Dessa vez perdemos tudo e, para mim, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido. Eu sempre quiz morar no exterior e senti como se o Universo tivesse colocado os dois pés na minha bunda e empurrado.

Justamente nessa época, minha prima que morava na Austrália foi visitar a família. Ela colocou Sydney no meu mapa mental pela primeira vez. Através dela descobri essa cidade, à beira mar, maravilhosa, primeiro mundo, com a língua que eu já falava, o Inglês, e ainda com um programa de imigração e que só podia ser a solução para meus problemas.

Eu persuadi o marido a considerar a opção e ele acabou concordando. Acabei vindo primeiro para dar uma espiada. No segundo decidi que esse era meu lar e que aqui havia encontrado uma parte de mim que eu não sabia que estava faltando. Levou alguns meses para que pudéssemos organizar um visto para que ele pudesse se juntar a mim. Quatro anos depois com um trabalho muito árduo, depois de um curso de Confeitaria e 900 horas de trabalho na cozinha, consegui nossa residência permanente e nos divorciamos pouco depois.

Concluindo, o motivo pelo qual me mudei para Sydney, foi mesmo para escrever e ter uma boa vida, duas coisas que estou conseguindo dia a dia.

Quando Comecei a Escrever?

Em certo ponto da minha vida concluí que eu queria ser uma escritora. Acho difícil me recordar exatamente como ou quando cheguei à essa conclusão. Provavelmente um dos momentos decisivos aconteceu quando tinha uns 25 anos de idade e escrevi um conto para os Anjos de Prata, um concurso do Escritor Mário Prata, onde me coloquei em quarto lugar e participei do livro lançado com os melhores do concurso. Àquela altura eu já tinha decidido que ser uma bailarina clássica não era para mim, aos 17 anos eu tinha deixado minha faculdade de dança e mudado para um curso de publicidade e marketing. Aos 25 eu vinha trabalhando em uma grande multinacional que estava drenando minha energia.

Um dia, eu estava dirigindo sozinha para o trabalho, e ouvi a voz do Fernando Morais me dizendo pelo rádio: “escrever é o seu dom maior”. Uma frase um pouco estranha, eu sei, mas não dá para mudar uma voz do além só para fazer o fraseado mais elegante.

Eu costumava ouvir o Fernando Morais falar no rádio então foi a voz dele que imaginei falando comigo, e foi essa frágil loucura que usei para tomar uma decisão. Eu vinha tentando escrever mais e mais e me dei conta que eu tinha que descobrir um jeito de ter uma boa qualidade de vida, para ter energia sobrando para escrever. Se você olhar o texto chamado “Austrália Porque?” vai ver o que me trouxe para a linda cidade Sydney.

Embora a decisão tenha sido feita quando já era adulta, quando mais procuro o momento que comecei a escrever, mais distante no passado eu vou.

Minha melhor amiga me disse que não é todo mundo que escreve histórias de como eles presenciaram a empregada beijando o segurança. Eu estava contando para minha amiga o quanto fiquei com medo da funcionária doméstica porque ela achou minha história e ficou muito brava comigo. Perdida em minha angústia infantil eu nem parei para perceber o quando é incomum, uma criança pequena, escrever sobre sua vida o tempo todo como eu fazia.

Quando eu aprendi o que era poesia eu vendi uma para o meu avô. O coitado nunca recebeu a poesia comprada, porque como poeta eu sou uma excelente novelista. Eu bem que tentei, escrevi algumas linhas sem final. Comi o meu pagamento em balas e foi isso.

Me lembro da cara da minha professora de português da quarta série quando entreguei a ela uma redação de doze páginas ao invés de uma. Eu não poderia parar a história no meio, certo? É claro que a personagem tinha que andar o caminho todo de casa até a escola.  Pobre professora ela era bem chata mas não acho que merecia tamanha punição.

Alguns anos depois meu professor mais lindamente bundado do colegial publicou um livro de contos, e um deles era meu. (Lindamente bundado porque como boa adolescente brasileira eu era obcecada com a beleza das redondezas posteriores ao meu redor, e esse professorzinho novinho tinha um par de redondezas muito belas que chacoalhavam firmemente quando ele escrevia no quadro-negro.) [Dois outros comentários: Eu ainda sou obcecada por belas bundas e naquela época era mesmo um quadro-negro, daqueles que dá um trabalho danado de escrever com giz.]

Enquanto eu ainda progredia na minha carreira de bailarina eu pensava em escrever um livro quando me aposentasse. Acho que não pensava muito claramente, devia ser por falta de alimento. Sou bastante grata de poder dizer que eu calculei as coisas melhor antes de morrer de fome e mudei de idéia. Esse foi meu raciocínio:

Eu não tenho muita flexibilidade muscular para ser uma prima bailarina + eu moro num país de terceiro mundo que se preocupa muito mais com comida e saúde do que com arte + eu nunca posso comer o que quero + eu sempre acho que estou gorda = péssima idéia.

Quando parei de dançar profissionalmente — ainda danço por prazer — comecei a escrever mais, sempre tive milhares de idéias para escrever mesmo tendo que desistir de escrever sobre os beijos da moça que trabalhava lá em casa.

A Multicultural Ghost, Fio da Meada

Fio da Meada is the first book I have published. It was the first time I got over the fear of putting my writing out there and self-published at Amazon in Portuguese from Brasil, my mother language.

Fio da Meada, Cover

The stories are about a ghost who finds himself following a woman in the Manly Ferry, in Sydney. This fiction is based on the stories I have collected from my grandfather’s real-life. He was unique, with many funny tales, he was someone who enriched his life — before mobile phones and even telephones — with pranks and imagination.

The strongest image I have of him is this handsome older man, poorly dressed, with shorts my grandmother had been begging to be thrown out for years; with the softest shirt with a couple of wholes. We are seated in the small fishing pier in front of our ranch, for hours in silence. I can smell fish scales and worms. He is like a statue looking at the tip of the fishing rod. When he gets tired he gets up, find a large rock and throw it in the water creating a large splash. He ruins the fishing for me and the others, father, sister, cousins; then he walks away laughing out loud while we scream at him.

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If you read Portuguese, note that you have to buy the book from the market where your Amazon account is registered:

You can read Kindle books in any device.

Fio da Meada, um fantasma multicultural

Fio da Meada é minha primeira publicação, um livro eletrônico disponível na Amazon.

Fio da Meada, Cover

A principal personagem desse livro é um fantasma. Um homem que viveu e morreu e se encontra em uma nova existência pós-morte. Me disseram que ele é muito interessante, com suas lembranças de velhas traquinagens, e que consegui contar sua história num livro gostoso de ler, leve e divertido.
A aventura de escrever se torna mais intensa a cada dia, com meus pequenos passinhos vou galgando essa escadaria de realizar meus sonhos.
A decisão de publicar eletronicamente veio por ser a maneira mais moderna e eficiente que encontrei. Apesar de ser uma auto-publicação me dediquei para produzir um livro de qualidade. A revisão e a capa foram feitas por profissionais e passei um mês pesquisando intensamente para fazer a melhor formatação do arquivo especialmente para Kindle, o software da Amazon.
O Kindle pode ser obtido gratuitamente na Amazon para que se possa ler livros no computador, no telefone, ou no tablet. Há uma opção de baixar uma amostra do livro, as primeiras páginas para o leitor ver se gosta. Existe também o aparelho Kindle que é um leitor de livros eletrônicos muito leve e interessante.
Estive numa série de palestras no festival de escritores de Sydney e me diverti com o comentário de uma editora: “ler não é tão importante quanto comprar os livros, comprem livros! E, melhor ainda, se vocês não gostarem, eu lhes dou minha permissão para parar a leitura no meio!”
Portanto: comprem meu livro! Se gostarem, coloquem um comentário lá na Amazon.

Amazon do Brasil: www.amazon.com.br/dp/B007XAJOFM
Amazon da Australia: www.amazon.com.au/dp/B007XAJOFM

Simplesmente Gerva, livro 1

Simplesmente Gerva é o primeiro de uma série de livros que pretendo escrever e publicar com o personagem Roberto Gervázio Cidinha de Moraes, o Gerva.

Capa Simplesmente Gerva

Gerva é um personagem com características que eu também possuo, como a escrita, mas em certos aspectos é meu completo oposto. O fato de que foi criado em conjunto com outro escritor não faz Gerva menos meu, e a pergunta permanece: de onde ele, ou a inspiração dele, vem? Independentemente de sua origem ou inspiração, ele me faz rir e traz satisfação. Apesar de ser um tanto safado, um bocado imaturo, boca suja e impulsivo, Gerva tem um bom coração e seu jeito sincero me diverte.

Mesmo as aventuras que eu mesma escrevi, (não meu co-autor) parece que foram criadas pelo próprio Gerva e não por mim.

“Simplesmente Gerva” é o primeiro livro da série, onde o leitor acompanha Gerva em sua pequena cidade Lagoinha, suas viagens, as mulheres que ele conhece e seu gato o Geremias.

O gato é interessante por ser tão tipicamente gato e, da mesma maneira, Gerva é tão tipicamente brasileiro que se torna atraente. Sua interação com outras culturas  começa nesse livro quando ele conhece a australiana Jane, até então ele nem pensava no mundão lá fora.

Para saber quem é o Gerva e a Australiana Jane, leia o livro:

Simplesmente Gerva: http://www.amazon.com/dp/B00M5NICLY

Amazon do Brasil: http://www.amazon.com.br/dp/B00M5NICLY

Amazon da Australia: http://www.amazon.com.au/dp/B00M5NICLY