Lara, Tony e os Zebus

Domingo, oito da matina, a Lara e eu estamos tomando café no nosso bairro. É uma portinha que serve cafés nas mesinhas que coloca na calçada.

A Lara não se chama Lara, mas como é o nome que lhe dei quando se transformou em minha personagem, vou adotar desde já. Há anos coleciono suas histórias e tenho trabalhado duro para escrever um livro com as aventuras dessa figura. Esse livro nasce direto em inglês na minha mente, por isso está dando tanto trabalho!

Essa tal Lara virou personagem porque as coisas mais inusitadas acontecem com ela, ou ao seu redor.

Por exemplo, a cena de um desses domingos de manhã. Estávamos indo trabalhar; ela trabalhar-trabalhar, por estar organizando um grande evento que está acontecendo essa semana. Eu porque indo acompanhá-la, posso fazer companhia e dedicar o dia para “os meus escritos” que são qualquer coisa desde promover meus livros, escrever-escrever, ou planejar os próximos passos que preciso tomar.

Estávamos ali, cafezinhos e torradas na mão, e a Lara olha para o lado, olha para mim, e me diz baixinho:

— Olha, o Tony Abbott está passando correndo!

E passa o Tony Abbott com um sorrisinho na cara, porque ele viu a Lara falando o nome dele. Ela percebe que ele percebeu e dá aquela disfarçada, olhando para o lado. Ele passa com a camisa suada junto com dois amigos, ainda trotando.

Só na Australia mesmo para passar o ex-primeiro ministro sem pompa nem cerimônia.

O que me veio na cabeça foi o conto “O Recital”, do Luís Fernando Veríssimo que depois de colocar um homem querendo tocar a tuba num quarteto de cordas, solta uma manada de zebus no palco.

Quando estou com a Lara, o cara da Tuba é o de menos, eu vivo esperando a manada!

Fazendo uma maratona… de escrita!

Dia primeiro de novembro, além de ser muito importante por causa do aniversário do meu pai, marca também o inicio mundial da Maratona de Escrita do website nanowrimo.org.O objetivo é escrever um livro em um mês. São 50,000 palavras o que faz com que o objetivo diário seja escrever 1667 palavras.

Por enquanto estou adiantada, no terceiro dia da maratona.

Ontem eu voltei para casa andando pela praia, parei no caminho para escrever e, como diz um amigo meu (obviamente brasileiro), ver bunda passar. 

Enquanto eu escrevia, passou bunda, passou boiada… cachorro, criança, nadadores, atletas (um desses passou cinco vezes, até eu ficar cansada só de olhar). 

Um casal parou para admirar como eu conseguia escrever sem olhar para o teclado.

É realmente um grande benefício, poder escrever olhando o mar e bunda passar…